O mês de outubro confirmou que a situação de endividamento e inadimplência das famílias gaúchas permanece em trajetória ascendente. O indicador atingiu 75,3% no mês passado e na comparação com o mesmo período de 2016, quando o nível de endividamento era de 64,5%, houve aumento. Parte dessa alta está ligada ao retorno das famílias ao mercado de crédito, atraídas pela queda das taxas de juros e pela maior confiança na permanência de seus empregos. Os dados estão na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta quinta-feira (9) pela Fecomércio-RS.
“Ainda que o endividamento esteja em patamar mais elevado que em momentos anteriores, parte deste crédito vem do aumento nas concessões vinculadas ao consumo e não apenas para a regularização de dívidas. Além disto, cabe destacar a estabilidade da inadimplência em nível moderado neste momento ainda adverso”, afirma o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. A PEIC indica estabilidade no indicador que avalia a parcela da renda comprometida com dívidas. Em outubro, na média em 12 meses, ficou em 33,1% e o tempo de comprometimento da dívida, também no período de 12 meses, permaneceu em 8,0 meses. O cartão de crédito tem o maior peso no endividamento dos gaúchos (82,3%), seguido por carnês (32,5%), financiamento de veículos (20,2%) e cheque especial (11,2%).
A dificuldade das famílias em sair da situação de inadimplência continuou em nível elevado em outubro. No mês, o percentual de famílias gaúchas com contas em atraso (37,6%) foi superior ao mesmo período de 2016 (29,4%), no entanto, o indicador não chegou a atingir o seu patamar mais elevado. O recuo da inflação e dos juros, que aos poucos, tem sido repassado aos consumidores, contribuem para a estabilidade do indicador ao longo deste ano. Contudo, a deterioração do mercado de trabalho nos últimos anos pressionou a renda das famílias, deixando pouco espaço para a regularização de dívidas.
O índice de gaúchos sem condições de honrar suas dívidas vencidas no prazo de 30 dias apresentou queda, saindo de 15,9% em outubro/2016 para 11,1% em outubro/2017. Mesmo com o registro de recuo, o indicador só deve apresentar melhora consistente se houver uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho, especialmente com a geração de postos de empregos com carteira assinada.
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